terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Nossa Língua Portuguesa

Deixando de lado as motivações políticas que estão por trás desse novo acordo entre os ditos países lusófonos ainda há tempo para apreciar a beleza de nossa língua em um poema escrito por um grande patriota que aprendeu a admirar a língua que herdamos dos patrícios.

Língua Portuguesa
Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela, 
És, a um tempo, esplendor e sepultura: 
Ouro nativo, que na ganga impura 
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amote assim, desconhecida e obscura, 
Tuba de alto clangor, lira singela, 
Que tens o trom e o silvo da procela 
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma 
De virgens selvas e de oceano largo! 
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!" 
E em que Camões chorou, no exílio amargo, 
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

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