domingo, 14 de novembro de 2004

Começando do... final

Conhecem alguém que começa alguma coisa do fim? Não!? Muito prazer, sou Maxmiliano. Bom, o que aconteceu foi que eu estava tendo uma idéia para um conto. E achei que era boa. Entretanto, desenvolvendo esta idéia, o resultado foi o final do conto. Agora que já tenho o final, falta escrever o princípio.

Estranho isto, não? Pois é... eu também achei. Eis o strange ending do meu conto fantástico. O título provisório é: Aparentemente um garoto. Talvez eu poste toda a história quando tiver escrito o resto. Por favor, comentem!

Quando viu sua pele com um corte profundo, o fato de quase não haver sangue no ferimento nem parecia ser algo tão significativo. O pior foi perceber que onde deveria haver ossos, só havia uma estranha estrutura metálica. Parecia muito com o osso que ele acreditava existir no lugar. Porém, tinha um brilho estranho que ele não vira no esqueleto, quando a professora Zulmira levou a turma para conhecer o departamento de anatomia na Faculdade, no início do ano. Não havia quase nada daquele vermelho vivo, nem do branco opaco. A cor predominante debaixo da sua pele era um cinza claro, um pouco mais claro que prata.

Foi então que a expressão em sua face mudou completamente, passando de um pavor monstruoso para uma seriedade serena e tranqüila. Pela feição que trazia no rosto, era como se uma caixa abrisse dentro de sua cabeça e libertasse recordações que não deveriam estar lá. Mas estavam. Os que estavam perto e tinham coragem de olhar para ele poderiam pensar que viram um pequeno sorriso. De fato sua boca mexeu um pouco, antes de, alguns segundos após, se abrir completamente.

- Preciso ir embora – foi tudo o que ele disse, antes de sair correndo pelas ruas.

Ninguém o seguiu. Não ligaram para sua casa. Os colegas que o acompanhavam neste dia evitavam comentar sobre o assunto. Os boatos originados pelo desaparecimento do garoto eram dos mais variados. De fato, quase ninguém acreditaria na conversa dos garotos. E ninguém no bairro realmente queria saber o motivo do seu desaparecimento. Era uma história muito estranha para ser levada em consideração por pessoas sérias e meios de comunicação inquestionáveis. Ele não voltou para casa. Os pais fizeram votos de silêncio e pareciam não querer lembrar do filho. E nunca mais o garoto Arthur foi visto na vizinhança.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários são sempre bem-vindos...