sexta-feira, 17 de setembro de 2004

Gullar x Veríssimo

Ontem foi dia de ir à biblioteca renovar os empréstimos de livros. Estava com dois livros de Engenharia de Software que precisava renovar. Como o limite de empréstimos de três livros, caso quisesse, só poderia pegar mais um. Acontece que eu nem pensava nesta possibilidade. Estava com pressa e só queria ir embora logo. Entretanto, quando vi a quantidade de números que havia antes da minha senha, resolvi andar pela biblioteca olhando livros.

Na estante indicada como Literatura Recomendada acabei encontrando dois livros que me chamaram à atenção: um de Ferreira Gullar (Melhores Poemas) e outro de Luis Fernando Veríssimo (O zagueiro absoluto). Que dúvida cruel naquela hora. É horrível ficar tão assim em dúvida entre duas obras que eu tanto queria ler. Era o duelo entre dois autores interessantes, cada um com seu estilo. E o ringue era minha mente.

Estava com um livro em cada mão, mas teria que deixar um. Não me lembro ao certo qual estava na esquerda e qual estava na direita. Mas não faz mal (ou será que faz?). Naquela hora, as duas mãos eram esquerdas. E ao mesmo tempo eram direitas. Venceu a preguiça. A minha preguiça. Leio poema muito mais rápido do que leio crônica. Não que poesia seja mais fácil que prosa, mas tenho costume de ler mais rápido. Veríssimo, a próxima você ganha!

Quem fala de flor não diz tudo.
Quem me fala em dor diz demais.
O poeta se torna mudo
sem as palavras reais.
poema de Ferreira Gullar

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